Ordem, do
latim ordo, é a
colocação/arrumação das coisas no seu devido lugar. Para a botânica e a
zoologia, a ordem é cada um dos grupos taxonômicos em que se pode dividir uma
classe. ( * Taxonomia é o
processo que descreve a diversidade dos seres vivos.)
As ordens, por outro lado,
subdividem-se em famílias. Isto significa que a ordem é a categoria que se
situa entre a classe e a família. Exemplo na Igreja Católica, as ordens religiosas
são organizações cujos membros consagram a sua vida a Deus.
A ordem pública
é o conjunto dos princípios e das instituições que regem a organização social.
Aqueles que violam a ordem pública atentam contra o ordenamento jurídico em
vigor.
Segundo Mary Douglas, em “Como pensam as instituições”
(1986, pp. 43–45): A ordem social é
formada por padrões de reciprocidade e afinidade. A sua manutenção, é garantia
através da coerção moral que os indivíduos obedecem. Toda sociedade exerce um
controle sobre seus membros. Esse controle é uma troca reciproca, entre as
crenças e valores com aquilo é desejável. Isso, manifesta-se em forma de
rituais, ritos, rotinas e processos de socialização.
Autoridade
Moral
Algumas pessoas são especialmente
respeitadas porque mantêm um comportamento exemplar ou então porque se destacam
pela conexão entre o que dizem e o que fazem. Estes indivíduos podem tornar-se
uma autoridade moral para as pessoas ao seu redor e para o conjunto da
sociedade.
Na maioria das áreas
profissionais existe uma escala hierárquica onde um ou vários chefes exercem o
poder, consequentemente, têm certa autoridade sobre seus subordinados. Isto não
quer dizer que o mandatário da empresa ou entidade tenha autoridade moral, pois
esta condição não depende da escala hierárquica, mas sim das qualidades humanas
do indivíduo. Um indivíduo com
autoridade moral é aquele que se compromete com suas ideias e valores até as
últimas consequências.
Trata-se de uma pessoa que tenta
ser coerente e, consequentemente, não expressa contradições entre o que faz e o
que diz. Em suma, a autoridade moral é
um status que alguém possui por causa de sua trajetória ética e de seus
valores. Esta categoria pode ser alcançada por ser justo nas decisões,
por adotar uma conduta honrosa e por realizar ações voltadas para o bem.
Um indivíduo corrupto, hipócrita
e sem princípios pode ter sucesso em sua vida pessoal e profissional, mas não
faria sentido ser considerado uma referência moral.
Exemplos
históricos de autoridade moral que acabaram tragicamente
Sócrates promoveu o
debate filosófico entre os atenienses e defendeu com paixão a busca pela
verdade e o respeito às leis.
Jesus foi acusado perante a
autoridade romana de ter promovido uma revolta política mas Jesus não
participou diretamente da política nem apoiou nenhum dos grupos ou tendências
nas quais concentravam-se as opiniões e a ação política das pessoas que
naqueles tempos viviam na Galileia ou Judeia. Isto não significa que Jesus
estivesse alheio a tudo o que era de relevo na vida social do seu tempo. De
fato, sua dedicação aos pobres e os necessitados não passou inadvertida. Pregou
a justiça e, sobretudo o amor ao próximo sem nenhum tipo de distinção.
Mahatma Gandhi foi o líder político que
levou a Índia à independência. Foi um homem pacífico que defendia a não
violência como arma que devia acompanhar a desobediência civil de seu povo. Sua
atitude o levou à prisão e a todo tipo de sofrimento. Tornou-se o principal
líder da Índia porque exercia autoridade moral sobre os demais.
Martin Luther
King era radicalmente contrário à segregação racial dos negros nos Estados
Unidos. Sua posição firme era realmente incômoda, na verdade, sofreu todo tipo
de ameaças.
Nos quatro personagens mencionados há
várias coincidências: eram guiados por firmes convicções, todos foram
referências morais para seus seguidores e os quatro acabaram morrendo
tragicamente.
(Sócrates foi obrigado a tomar cicuta após
submeter-se a um julgamento repleto de irregularidades, Jesus foi condenado a
morte de cruz, já Gandhi e Lutero foram assassinados).
Na civilização da Roma Antiga
Para os romanos, a auctoritas era uma virtude que algumas pessoas ou
instituições possuíam. Esta qualidade lhes dava certo poder moral sobre o
conjunto da sociedade. Neste contexto, os membros do Senado deveriam ser
pessoas com honra, com senso de justiça e dignos de respeito.
A auctoritas se refere à personalidade de um indivíduo e sua formação. Quando um indivíduo tem uma forma de ser
carismática, assim como aquilo que diz e faz transmite valores, os outros lhe
dão certa autoridade moral.
Suas credenciais éticas, sua
vontade e seus conhecimentos fazem com que as pessoas ao seu redor acatem suas
ideias de maneira espontânea.
Jesus Cristo por exemplo possuía um poder
pessoal bastante intenso, porque influenciava as pessoas pela sua autoridade moral
– porque fundamentada no exemplo – e pela sabedoria de que era portador.
Detinha a capacidade única de transmitir confiança, sem ser confundido com um
homem arrogante com necessidade de exercer controle sobre os demais.
Conceito de Autoridade
O que é a autoridade?
Existe diferença entre autoridade e o autoritarismo?
Qual foi a lição de Jesus sobre o
assunto?
A autoridade verdadeiramente nos
pertence?
Será cobrado de nós, um dia, o uso que
fazemos do nosso poder perante os demais?
Uma das definições de
autoridade é: “Direito ou poder de mandar”. Todo agrupamento social – uma
nação, cidade, empresa, grupo familiar, a própria escola – necessita de um
líder que exerça o poder com a finalidade de
organizá-lo, dirigi-lo e mantê-lo.
Porém, não é tão raro que o direito de
mandar fascine aquele que o possui, distorcendo sua capacidade de pensar e
agir, porque esse deslumbre faz com que o “poderoso”, intimamente, se coloque
num pedestal e olhe, de cima para baixo, todos aqueles que dele dependem.
Analisando, historicamente, o
uso da autoridade, por muito tempo prevaleceu na sociedade humana – salvo
algumas exceções atuais – o exercício do poder contra a igualdade e a justiça,
para a subordinação de indivíduos e povos.
Ocorreram, então, os mais variados desmandos através da tirania e da opressão. E isso porque as diretrizes sociais eram determinadas pelo indivíduo ou pelo povo mais forte, que estabelecia as regras em função dos próprios interesses. Aos menos fortes, não restava outra alternativa senão obedecer. O que vigorava, portanto, era a autoridade caracterizada pelo comando absoluto e a obediência irrestrita. Quem liderava não prestava contas senão aos seus superiores, se os tivesse, e sempre tinha a razão perante os seus inferiores. Era o autoritarismo, o despotismo ou o absolutismo. O inconveniente, porém, é que, ainda hoje, prevalece esse tipo de comportamento em certas criaturas. Em seu desequilíbrio e “sede” de poder, impõem ordens e regras que, obedecidas passivamente, lhes trazem um enorme prazer e satisfação. Mas, em virtude do medo de perderem o respeito, acreditam que precisam ser temidas. E, para sustentarem o seu status de “poderosa”, costumam adotar uma postura fria, rígida,
arrogante, altiva, ameaçadora, intransigente, intimidativa, enfim, de total
desrespeito à pessoa do outro. Compreensível
se torna, assim, a diferença entre a autoridade e o autoritarismo. A autoridade
é a liderança necessária, na qual se exerce o poder com o objetivo de gerenciar
– organizar, conduzir – o desenvolvimento e a harmonia do grupo. O
autoritarismo se caracteriza pela tirania e opressão, em que se pratica o
comando com fins egoísticos.
O conceito de autoridade está
relacionado com o conceito de hierarquia e corresponde ao poder de comandar os outros e levá-los a agir da
forma desejada e constitui a base para a responsabilidade. É, portanto, uma relação de poder que se estabelece de superior para
subordinado.
Autoridade Funcional
Um conceito relacionado é o de
autoridade funcional, o qual corresponde ao poder de comandar, coordenar e
controlar os subordinados que desenvolvam tarefas específicas dentro de uma
determinada área funcional. É, desta forma, uma das bases de funcionamento de
qualquer organização, seja ela empresarial, associativa, religiosa, política,
militar, ou outra.
Tipos de Autoridade
É possível definir dois tipos
diferentes de autoridade, nomeadamente:
- Autoridade
Jurídica,
imposta por obrigação aos subordinados e que pode ser dividida em
autoridade formal (formalizada através da estrutura organizacional) e
a autoridade operativa (definida pelos procedimentos internos da
organização);
- Autoridade Moral, surgida
naturalmente da superioridade de conhecimentos comportamento exemplar ou então porque se
destacam pela conexão entre o que dizem e o que fazem
A
coerção social
A
coerção social é um conceito do sociólogo e antropólogo francês Émile Durkheim
(1858-1917), aplicado em sua teoria sobre o fato social (princípios, regras
e forma de controle e organização de uma sociedade).
Fato social é tudo aquilo que orienta nossas
atitudes de modo quase que inconsciente, pois existe antes de nós, ou seja,
independente de nossa vontade. Ele é geral coercitivo e externo. São fatos
sociais o idioma, a moeda, o sistema educacional, e os valores religiosos e
morais.
Esse conceito foi desenvolvido por Émile Durkheim em sua obra “As Regras do Método Sociológico”, de 1895. Segundo ele nós agimos a partir de três formas básicas: instinto, costumes e racionalidade. Há coisa que fazemos que é inerente a espécie humana, em seu estado biológico, como comer, andar, emitir sons usando a boca e a garganta. Essas ações NÃO são “fatos sociais”. Outra coisa que não é
um fato social é uma atitude racional,
pensada, mas que seu sentido seja desconhecido pelos outros indivíduos, como
por exemplo, se eu criasse uma linguagem desconhecida de todos de minha
sociedade. Nesse contexto, minha linguagem não teria sentido social; logo, isso
também não seria um “fato social”. Dito o que não é fato social, vamos ao que
seria um fato social.
.
Para pensarmos em fato social não
podemos ignorar a dimensão cultural do homem, ou melhor, dos grupos
sociais. O conceito “Fato
social” está ligado necessariamente ao elemento
“cultura”. Tal conceito é uma categoria desenvolvida por Durkheim para definir
do que a sociologia deveria se ocupar.
Como a Sociologia surge para
pensar os fenômenos sociais, logo tornou-se necessário definir uma categoria
para classificar o que deveria ou não ser estudado por esta ciência que estava
se organizando e ganhando seu espaço. A partir dessa necessidade, Durkheim
criou o conceito categorizador denominado “Fatos Sociais”, o que utilizaria
para classificar os fenômenos que seriam ou não objeto de estudo da Sociologia.
Para Durkheim se enquadraria em
“fato social” o fenômeno dotado de três características básicas:
I)
Generalidade;
II)
Coercitividade;
III)
Externalidade.
Nota-se que tais características são
elementos próprios da cultura de todos os grupos humanos, embora Durkheim
possivelmente estivesse pensando nas sociedades de cultura europeia.
>. Os fatos sociais possuem uma força coercitiva que se dá pelas sanções
legais ou espontâneas a que o indivíduo é submetido (são coercitivos). Outro
aspecto dos fatos sociais é que eles existem e atuam sobre o indivíduo
independente de sua vontade (são exteriores).
>. Os fatos sociais são gerais, se repetindo entre quase todos os
indivíduos de um dado grupo, existindo em distintas sociedades, ainda que em um
determinado momento ou ao longo da sua História. É importante lembrar que
o que é fato social em uma sociedade, pode não ser em outra. O que é fato
social hoje, pode não ser no futuro. Em suma, podemos dizer que o fatos
sociais são gerais (generalização), ou seja, estão
presente em quase toda a sociedade em análise. São coercitivas
(coercitividade), pois fazem parte de um conjunto de normas sociais e que somos
pressionados para realizá-los. Os fatos sociais possuem externalidade
(externalidade) por existir antes do indivíduo e ser independente dele. A
título de exemplo, tomemos o fato de estudar. Antes de nascermos já estava
estipulada a norma que todos devem estudar, e isso independe de minha ou sua
vontade. Somos coagidos a estudar, caso contrário somos discriminados e
pressionados a retornar para a escola. Estudar é uma ação geral, pois
praticamente todos os indivíduos estudam. Logo, estudar é “Fato Social”.
Sociologia- Em defesa da ordem
Durkheim
viveu no momento de movimentos muito agitados na Europa: a Primeira Guerra, o
avanço do capitalismo, imperialismo. Ele viu uma grande desordem acontecer, e
chegou a conclusão de que a ordem tinha que ser restabelecida, com leis
naturais e bem definidas na sociedade. Para ele, o que faltava era autoridade
moral.
Esse
sociólogo estabeleceu o fato social, que é o ato humano guiado
quase inconscientemente, pois surgiu antes e continuará existindo depois de
nós. É algo que atinge toda a sociedade quase que como uma imposição, sendo
então algo criado pela sociedade, como o nosso sotaque (ou a mania que os
curitibanos tem de não cumprimentar e nem falar com estranhos). Para Durkheim, o
fato pode ser anormal, aquilo que sai da regra, deixando algo fora de harmonia;
ou normal, seguindo as leis e normas, mesmo sendo ruim, como o crime e etc.
O
sociólogo que estuda o fato social não pode sentir "emoções" e nem
das opiniões sobre o que está estudando. Ele tem que entender que o fato social
não atinge apenas uma pessoa, e sim um grupo. Há, na sociedade, órgãos
com funções definidas, mais conhecidos como instituições (escola,
religião, governo, sociedade, etc). Quando as mesmas cumprem o seu papel trabalhando em harmonia ocorre a normalidade social.
A
sociedade de Durkheim seguia 3 modelos: o normal, onde leis e instituições
trabalham em comunhão normal; a patológica, onde leis são insuficientes ou
equivocadas; e a anômica, onde há completa desordem.
A
consciência coletiva seria a "média" dos
sentimentos e crenças em comum de uma sociedade; há a consciência individual,
que torna a pessoa diferente dos outros na multidão. Vale lembrar que um grupo
(sociedade) age diferente, comparado ao modo que uma pessoa que fosse retirada
desse grupo agiria.
Apostila modulo 5
Responda
1- Algumas pessoas são especialmente respeitadas porque mantêm um comportamento exemplar ou então porque se destacam pela conexão entre o que dizem e o que fazem. No que podem tornar se esses indivíduos?
2- Segundo Mary Douglas, em “Como pensam as instituições” (1986, pp. 43–45): A ordem social é:
3- - A ordem pública, é o conjunto de:
4- Qual é a diferença entre autoridade e autoritarismo:
5- Fato Social” é um conceito desenvolvido por Émile Durkheim em sua obra “As Regras do Método Sociológico”, de 1895. Segundo ele nós agimos a partir de três formas básicas sendo elas:
6- O que é um “Fato Social”? Explique e de exemplos.
7- Quais são os três modelos de sociedade segundo Durkheim e qual a característica de cada uma delas?
8- Como dever ser a conduta do sociólogo que estuda os fatos sociais?
9- Segundo a sociologia como é possível alcançar a normalidade social?